O que eu pude compreender ao longo deste percurso, foi o quanto a psicologia acaba por expressar um reflexo de nossa sociedade. Este campo de pesquisa, se mostra atravessado por esta mesma dicotomia mente-corpo que vemos se manifestar das mais diversas formas em nossa cultura e assim, em nossos meios de produção de conhecimento. 

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Tanto através do contato com o outro por via do Yoga, como pelo viés da perspectiva fenomenológica, fui tecendo uma pesquisa onde o saber, o conhecimento e a troca se dão através da relação, um e outro, de forma que extravasa a linguagem falada e cognitiva. E é no momento presente da ação, ali na relação, onde tudo se dá e se encontra. Sensação, percepção, pensamento, emoção, trauma. presente, passado, futuro. 

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Ainda em busca de pesquisas que me dessem um caminho pelo qual faria sentido traçar, me descobri quando conheci o trabalho produzido por Silvia Montefoschi. Foi então, na perspectiva metodológica de Jung à respeito do humano e da vida, sob o olhar da filosofia dialética de Montefoschi, que descobri o caminho que há muito eu buscava. 

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O olhar ​sensível de Jung a respeito do humano possibilita uma teoria que não o resume a ela, mas que compreende o humano e a humanidade, como um todo dialético que se transforma e é transformado, constantemente. Dinâmica unicamente possível, pela relação. Relação que se tece com o outro, e com o outro de si, onde o inconsciente, não é apenas um depósito de traumas, mas um fundo desconhecido e indeterminado que abre ao indivíduo uma perspectiva de futuro que também o impulsiona para além do que se conhece e onde se reconhece. 

A perspectiva Junguiana e seu trabalho com o inconsciente e os sonhos, me mostrou o caminho que eu buscava através desta pesquisa com o corpo como expressão e linguagem. Me mostrou uma abordagem que compreende a existência de maneira ampla e que abarca as diversas expressões do humano, que se mostram através de sintomas no corpo, em sentimentos e angustias, assim como nos sonhos que expressam por via simbólica a dinâmica da relação entre consciente inconsciente, eu e outro.

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Foi assim então que descobri uma profissão, na qual o meu trabalho é expressão e encontro, daquilo que sou e acredito, que se costura e se constrói em cada relação que estabeleço.